sexta-feira, 18 de outubro de 2013

O Tempo

  E se o tempo fosse um bolo doce?
  Que nunca acabasse e nem trouxesse notícias ruins.
  E se o tempo pudesse nos calar?
  E evitar que disséssemos coisas que jamais diríamos se estivéssemos completamente sãos.
  E quem sabe o tempo esteja passando enquanto eu tento consertá-lo (o que é totalmente em vão). Mas se agora houvesse tempo suficiente para tudo, adiaríamos tudo, consertaríamos tudo, e nunca haveria tempo de viver realmente.
                                                                         
                                                                                . . .


Talvez não haja tempo...
De beijar seus lábios,
De morrer em teus abraços,
De conter meus desmaios,
De ser livre em meio ao calor das tuas mãos,
De repousar na terra fria,
De desabrochar ao calor do sol,
De escrever tudo o que realmente sinto,
De pensar até que eu não me permita mais,
De cair no chão aos risos.

E talvez não haja tempo para ser feliz do modo que quero,
Ou de ser triste do modo que não quero
Quem sabe eu peça demais ao tempo
Mas rezo todos os dias para que haja tempo de realizar meus sonhos
E evoluir minha mente.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Negação

  Não.
  O som da negação do meu medo, do meu desejo, do meu receio e anseio.
  A negação pura, assim, tão dura e que tanto machuca por tantas vezes que me neguei.
  Não.
  Não posso acreditar, não posso ser capaz, não posso ver, sentir, sonhar e nem fantasiar sobre essas coisas; só me resta cair nas entrelinhas da culpa e pedir por misericórdia ao meu próprio ser, sem questionar as condições mentais e emocionais nas quais me encontro nessa coisa tão profunda dentro de mim que eu chamo de 'eu'.
  Não.
  Não quero falar, talvez me pronuncie em vão, então é melhor calar esses pensamentos inválidos e repentinos afogando-os em mim, naquele poço tenso e profundo, ou simplesmente 'eu'.
  E outra vez: Não!
  Me auto saboto, me culpo, me nego e nego novamente se for preciso. Nego até o fim da minha existência sólida, impecável e invisível. Tão pequena, tão amena e tão desligada da vida e da realidade, inserida em um mundo totalmente paralelo e negado.
  Tão negada por mim mesma.
  Tão negada e desalmada por completo nesta existência.

 

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Tão bela Literatura

  As pedras jogadas caem ao chão, as palavras ditas ecoam e se perdem no vento, todo amor que existe em mim é meu, das galáxias e do suspiro final. Minha vida se encerra no suspiro antes de adormecer e recomeça ao abrir os olhos. Meu cálice de vida provém da felicidade, dos raios do sol, da poesia com café no fim da tarde e da alma de um livro. Meu projeto de vida se baseia nas tuas linhas e entrelinhas de constelações, minha vida provém do teu virar de página. E a razão para escrever eu encontro, logo cedo ou bem tarde, nos teus lábios está a razão clara do porque de citar o amor. Não há amor sem teus beijos amenos de vida, não se deve falar de amor sem pronunciar o teu nome, oh tão bela Literatura. Tão mística, insana e insaciável em meus desejos. Me cala em verbos, me recompõe em advérbios, no entreolhar de um substantivo e um adjetivo eu me entrego tão plena e completa nestas páginas de ouro, nestas páginas que me dizem os verdadeiros motivos para se viver, onde cabem pequenas redundâncias caseiras preparadas ao redor de uma lareira aquecida por um coração em chamas. Tão doce Literatura, me coloca pra viajar em teu colo, me guarda em teu conforto, me projeta nas tuas palavras, me cala com teus suspenses e faça de mim uma pequena palavra do teu silêncio, ou a última do parágrafo. 

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Morte que liberta

  A morte é uma passagem para a liberdade, uma libertação da vida, esta que maltrata, que faz correr as lágrimas, esta mesma que mata, morre e liberta.
  A morte liberta a matéria calejada das dores do mundo, desse poço profundo que é a vida, o dia-a-dia que dói e essa dor que corrói. Essa dor profunda, aquela dor de bate de repente e te afunda.
  Essa vida que vivemos, a mesma pela qual morremos e pela qual nos doemos. Esta que machuca, que nos arruína. Uma vida que perturba e talvez continue perturbando enquanto a morte ecoa, enquanto nos desfazemos da matéria e nos libertamos da dor.

domingo, 31 de março de 2013

Poesia Urbana

Vou largar minha alma nas ruas
Vou limpar os becos com meus sonhos
Vou alimentar moradores de rua com meu coração frágil
Vou caçar a vida nas esquinas

Não vou me prender à regras
Nem me perder em sonhos
A realidade é triste demais pra ser certa
E breve demais pra que se possa sonhar

Vou me entregar à intensidade
Vou me jogar no profundo
Me olhar com um pouco mais de verdade
Mergulhar no profundo do mundo

Colar pedaços de sonhos pra se tornar tranquilo
Abrir portas e janelas, tomar um bom vinho
Não se prender à dor
E nem se perder apenas na felicidade

Trazer sorrisos, verdades e lágrimas
Mergulhar na dor e provar do doce mel da felicidade
Partilhar o calor, se entregar ao amor
Traçar nessa metrópole meu futuro incerto

Vou me entregar à intensidade
Já que o superficial não satisfaz
Talvez nunca seja bom o suficiente
Talvez a alma seja um espelho do que se sente

Limpar as ruas com os olhos
Penetrar em almas perdidas
Adentrar o medo
Não se privar de um segredo

terça-feira, 26 de março de 2013

PROCURAM-SE ROMÂNTICOS

"Eu não conheço todas as flores, mas vou mandar todas que eu puder."
(Alexandre Magno_Chorão)

  Em que esquina se perderam os homens que mandavam flores? Onde estão os homens que tocavam serenatas? A questão principal é: onde foi parar o romantismo? Onde está aquela legião de românticos da antiguidade? Onde está a magia?
  O romantismo talvez esteja "fora de moda", talvez seja cafona ser romântico e parece até um equívoco falar de amor em pleno século 21, mas a verdade é que toda mulher gostaria de ganhar flores, gostaria que um homem tocasse uma música pra ela, porque nessas pequenas coisas ela se apaixona, nessas pequenas coisas que se começa o amor, nos gestos sinceros, nas palavras calmas, nos beijos na testa que substituem o "Eu estou aqui, eu vou cuidar de você, vou ficar aqui, até o final."
  Estou procurando românticos pelas ruas, mas me parece que o romântico foi desvalorizado, teve seu coração partido, decepcionado; falta amor de verdade em algumas pessoas, e nisso os românticos vão entrando em extinção. Choram, caem, abandonam o seu ser romântico, guardam ele no fundo da gaveta e se misturam em meio a uma nuvem pesada e densa de pessoas vazias.
  E no calar da noite eles se perdem em sonhos, se encontram nas canções de amor, se reproduzem nos livros com histórias de romance, e, pra falar a verdade, eles queriam se refugiar dentro das histórias, que parecem ser tão felizes e tão repletas de amor; bem diferente dessa realidade que eles vivem.
  Românticos são como flores que necessitam de cuidado para florescerem, para mostrarem o quão lindas elas são, flores também murcham, românticos também perdem (ou escondem) seu amor, sua beleza maior. Românticos são loucos. Loucos pela aventura de uma paixão, pelo amor sem fim, pelas palavras belas, por todo gesto puro e sincero, por tudo que transmita amor. Românticos são belos no seu interior florescente e fosforescente, frenético e amoroso; e no seu exterior possuem um lindo e cativante sorriso, gestos firmes e delicados, olhos profundos e cheios de verdades; românticos são pleno significado de amor. Brota amor em seus olhos, em suas veias circula amor, são compostos de amor universal.

Românticos amam, românticos precisam ser preservados, pois deles depende o futuro do amor.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

"Um beijo antes de mentir"

"Não mergulhe em amores rasos."
                             (Autor Desconhecido)
Um beijo antes de mentir, já que as mentiras não cabem mais em palavras. Transbordam barbaridades de seus lábios, de seus carinhos, de seus abraços, do seu falso amor. Vivemos um dia-a-dia de mentiras, vivemos um amor mal começado e mentiroso, um apego com medo de se apegar e medo de se perder. Nos enganamos entre beijos e amassos. Puros desejos. Puras mentiras. E mentiras duradouras nos fazem acreditar nelas, vivenciá-las e torná-las parte de nós.
  Um beijo antes da partida, antes de desfazer o último nó, antes de romper esse vínculo doloroso, antes de fazer desse tudo o verdadeiro nada de antes. Um único carinho perpétuo e bárbaro por fim, um beijo para selar uma mentira a mais, mais uma falsa carícia, um pouco de amor salpicado de ódio, mais uma mentira para incrementar, mais um sorriso que esconda essa prisão e tempere com doçura e tensão esse amor revoltoso. Vivemos algo parecido com um mar intenso e sem fim, como uma mentira. Outra mentira pra formar essa teia que estamos tecendo. Nos colocando dentro da nossa própria armadilha. Nos impedindo de viver. Nos tornando uma parte conjunta um do outro, mas ao mesmo tempo nos separando e nos matando internamente. Uma pequena mistura de amor e ódio, desejos, mentiras, raivas, angústias, tristezas, alegrias, amores, desamores. AMOR TURBILHÃO.


terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Amor e morte, lado a lado em um mesmo caminho

  Queria um pedaço da lua
  Queria um pedaço do céu
  Queria um pedaço do arco-íris
  Um pedaço do teu sorriso
  Outro do seu coração
  Queria rosas vermelhas
  E uma foto tua junto da minha no caixão
  Queria ser um pedaço de um jardim
  Um pedaço de amor
  Um pedaço da morte
  Pra conciliar toda a dor
  Queria um pouco de mel
  O doce mel dos teus lábios
  Queria um canário amarelo
  Narrando nossa história
  Narrando tua vida
  Tua morte
  Teu começo
  Teu fim
  Meu começo
  Nosso fim.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Poetas e seus possíveis problemas com o amor

  "Eu sou poeta e não aprendi a amar."
                                (Cássia Eller)
    "O amor não é para amadores, e eu não sou profissional."
                                           (Caio F. de Abreu)
Talvez poetas tenham problemas com o amor, quem sabe as letras e as poesias preencham tanto suas cabeças que acabem ocupando o coração também, impossibilitando-os de amar. E quem sabe, talvez eu não saiba amar, talvez eu seja uma poeta casada com meus textos, assim como as freiras são casadas com Deus. E ter uma relação profunda com as poesias me protege dos medos, as poesias me entendem, me colocam inteira, de corpo, alma e coração em uma folha de papel toda escrita, poesias me trazem uma visão diferente do mundo.
  Poesias nunca abandonam um poeta, talvez por isso exista muito mais amor entre ele e suas folhas preenchidas do que entre ele e as demais pessoas. Talvez poetas sejam alérgicos a pessoas e seu melhor remédio seja um bom livro, talvez poetas não se cansem se escrever e isso proporciona-lhes mais paixão ardente ao coração do que beijos e amassos. Talvez poetas tenham um coração de tinta e penetrem toda a emoção ensanguentada de seus corações em folhas de papel. Mas acima de tudo, poetas são amantes das letras que a lua tece sob suas cabeças frias e seus corações de tinta frenéticos e pulsantes, pulsantes de uma força louca de amor, pulsando letras e versos a todo momento, o coração de um poeta é um poço sem fim algum, é profundo, calmo, só entra quem merece e pra sair de lá só tendo jogados estilhaços ao poeta.
  Poetas não jogam indiretas, apenas colocam suas mágoas e decepções num poema e pronto, tudo fica bem, mas diretamente ou não aquele poema é para alguém, só que essa pessoa nunca vai saber. É, poetas tem possíveis problemas com o amor.